terça-feira, 5 de outubro de 2010

Todos os momentos históricos têm os seus revisionismos. Nessa história alternativa, hoje seríamos uma monarquia nórdica, rica e igualitária, sem défice público ou corrupção, não tivesse sido a revolução do 5 de Outubro. Acredito profundamente que a implantação da República constituiu um passo importante num processo de modernização do país que ainda não terminou. A Primeira República não foi perfeita, como nenhum regime anterior ou posterior, mas a consolidação do princípio da igualdade perante a lei, a eliminação dos privilégios obtidos pelo nascimento e a separação entre a igreja e o Estado foram conquistas importantes, mesmo com os excessos e retrocessos que se seguiram. Por isso, Viva a República. Como estamos muito longe da Praça do Município e num país monárquico, comemorámos a revolução com uma visita à exposição de Paul Gauguin, na Tate Modern, nove ou dez salas repletas de quadros pintados na Bretanha, em Copenhaga, na Martinica ou no Tahiti. Vimos o Cristo Amarelo e mulheres polinésias semi-nuas, o mar revolto da Bretanha e praias do Pacífico.

2 comentários:

Anónimo disse...

e em Inglaterra ,claro, não houve esses avanços como aliás em todos os outros países que tem reis onde a liberdade e a igualdade perante a lei, bem como a separação da igreja do estado precisa de vir a Portugal beber a liçãozinha.
João Vieira

Tiago Araújo disse...

Como visita no Reino Unido, acho que seria má educação dar conselhos aos meus anfitriões sobre a forma como gerem a sua casa. Em todo caso, acho que os ingleses são profundamente democráticos porque são ingleses e não necessariamente porque são monárquicos. Duvido que fossem menos democráticos se o chefe de estado fosse eleito. O meu texto era apenas sobre a evolução do nosso país para padrões mais democráticos de governação, em relaçao aos quais considero que as revoluções do 5 de Outubro e do 25 de Abril constituem passos essenciais. Obrigado pelo comentário.