Uma das obras principais de Lord Byron é um longo poema de viagem (Childe Harold’s Pilgrimage), com início em Portugal. Byron entrou num navio para escapar às frustrações da terra natal e desembarcou em Lisboa em 1809. Como legado à posteridade, dedicou vinte stanzas a elogiar a beleza natural de Portugal e a criticar a personalidade e os hábitos de higiene dos portugueses. Diz, na verdade, que é uma pena que tanta beleza seja desperdiçada num povo como o nosso, escravizado pelos invasores franceses e depois pelos salvadores britânicos. Poor, paltry slaves! Yet born ‘midst noblest scenes –
Why, Nature, waste thy wonders on such men?
Um comentador que ouvi há pouco dizia que o culto de Byron - uma verdadeira pop star do século dezanove - espalhou-se um pouco por toda a Europa, com a excepção compreensível de Portugal. Os portugueses, como todos os povos, gostam de dizer mal de si próprios, mas levam a mal que outros se dediquem a essa actividade. Em especial quando nos comparam desfavoravelmente com os espanhóis:
Well doth the Spanish hind the difference know
‘Twix him and Lusian slave, the lowest of the low.
Mais do que um poema, é o livro de reclamações de um turista inglês.

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