Durante a passagem pelas instituições, muitos dos comportamentos dos voluntários eram interpretados pelo pessoal clínico à luz da enfermidade diagnosticada. Alguns dos pacientes, por exemplo, tiravam regularmente notas sobre a experiência. Numa das fichas clínicas, alguém anotou: «Patient engages in writing behaviour» – um bem conhecido indício de insanidade.
Uma segunda experiência foi depois montada quando a direcção de um outro hospital, irritada com os resultados do estudo, desafiou a equipa de Rosenhan a enviar pacientes incógnitos para a sua própria instituição, de modo a poder confirmar a eficácia dos diagnósticos da sua equipa na distinção entre falsos e verdadeiros doentes. Com efeito, o pessoal médico foi capaz de identificar mais de quarenta fraudes entre os quase duzentos pacientes da instituição. Mas Rosenhan não tinha enviado qualquer voluntário incógnito.
A experiência é referida muitas vezes como exemplo dos limites fluidos entre os estados de sanidade e de insanidade. Mas mais do que os dados empíricos, gosto do título que foi dado ao estudo, On being sane in insane places, uma frase que me vem à cabeça com frequência no dia a dia, por vezes mesmo com os termos invertidos, acompanhada por uma pergunta: «quanto mais tempo até ter alta?»
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