segunda-feira, 23 de maio de 2011
Desert Island Discs
A ouvir New York Dolls (There’s Gonna Be a Showdown) por sugestão de Morrisey (num programa de rádio).
Antes do amanhecer
A brincar com legos às 6h30 da manhã com o D. O resto da casa em silêncio enquanto construímos as ameias de um castelo e os primeiros animais percorrem o relvado das traseiras. Mais tarde, levar a L. para a escola a pé, descendo as escadas de lado, entrando pelas portas de costas, num jogo imposto pela imaginação infantil. Só depois entrar no mundo dos adultos, com autocarro a caminho do trabalho, leitura de jornais e outros adultos. E o castelo provavelmente já em ruínas, no chão da sala.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Comunidade
A nossa cama é cada vez mais uma jangada à deriva, à qual os filhos, um a um, vão subindo a meio da noite, perturbados pelos pequenos naufrágios da infância: um pesadelo, um barulho real ou imaginário no andar de cima, uma bexiga cheia ou esvaziada nos lençóis. Voltamos a levá-los para a respectiva cama quase de imediato, depois de confortados. Por vezes, quando a visita ocorre naquela hora indecisa em que é tarde demais para voltarem a dormir e cedo demais para ficarem acordados, deixamo-nos ficar os quatro estendidos, cada um voltado para a sua própria forma de inconsciência. Um sono leve, sempre alerta para os pequenos cotovelos e calcanhares espetados periodicamente nas costelas e no rosto. Está longe de ser a Comunidade de Luiz Pacheco, mas não deixa de ser uma boa forma de começar uma manhã de fim-de-semana.
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