quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Too hot to trot
Para me abrigar do frio, entrei numa das casas de apostas que existem espalhadas pela cidade de Londres. São sítios curiosos, de paredes forradas com painéis semelhantes aos antigos horários de comboios das estações da CP, nos quais se encontra escrito, num código apenas compreensível para os iniciados, nomes de cães ou cavalos, nomes de pistas e probabilidades de vitória. Noutra parede, em cerca de dez plasmas diferentes, passam imagens de corridas de cavalos, cães, automóveis e jogos de futebol. Pode fazer-se apostas sobre quase tudo, desde a equipa que vai vencer o mundial até, creio, o partido que vai vencer as próximas eleições. Estavam lá apenas outras três pessoas: uma dona-de-casa de meia idade, que entrou e saiu depois de apostar qualquer coisa no balcão, um rapaz interessado em ver um dos jogos de futebol e um homem que acompanhava corridas de galgos e, no final, rasgava invariavelmente os bilhetes das apostas perdidas. Percorri as longas listas, por curiosidade. Numa das pistas, num qualquer lugar distante do país, iam correr lado a lado os cavalos Too Hot to Trot, Baar Med, Fettucini e Dog Violet. Ainda me senti tentado a apostar no primeiro, mas não saberia como e, por isso, enrolei o cachecol e saí para a rua sem saber quem venceu a corrida.
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1 comentário:
Podemos preencher uma parede com as nossas apostas: se vai chover hoje, se os miúdos vão acordar de noite, se a torrada vai cair com a manteiga para cima ou para baixo...
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