segunda-feira, 17 de maio de 2010
Lembro-me de o A. dizer que há uma certa estranheza quando os jogadores de futebol começam a ser mais novos do que nós. Estamos a atingir uma fase de transição semelhante, quando os governantes são quase da nossa idade. O novo Primeiro-Ministro britânico tem apenas mais sete anos do que eu e o Ministro das Finanças apenas mais dois. Ou seja, o homem que vai tentar cortar seis mil milhões de libras de despesa pública já este ano poderia, num cenário não totalmente inconcebível, ter andado na escola comigo. Não somos nós que estamos a ficar muito velhos, mas os políticos a atingirem posições elevadas demasiado cedo, consequência de uma cultura que privilegia a juventude. Apesar de a mudança em si não ser positiva ou negativa, teria algum pudor em entregar os meus impostos a quem provavelmente participou em moches ao som dos The Clash ou dos Ramones há menos de duas décadas ou que de forma intuitiva esteja sempre à espera de que após quatro ou cinco músicas animadas comece a tocar um slow.
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