Nunca assisti a leituras de poesia com mais de vinte ou trinta pessoas presentes, mais de metade das quais geralmente familiares e amigos dos próprios poetas e o resto uma mistura de clientes habituais, representantes das editoras e transeuntes distraídos. Esta noite fui ao Southbank Centre ouvir os finalistas do T.S. Eliot Poetry Prize lerem alguns dos seus poemas, numa sala com duas mil pessoas. Os bilhetes mais baratos custavam cerca de quinze euros. Dos dez finalistas, apenas o Derek Walcott não esteve presente pessoalmente, demasiado idoso e inteligente para abandonar a ilha das Caraíbas onde vive em pleno inverno. As melhores leituras foram as de Simon Armitage (Seeing Stars), Robin Robertson (The Wrecking Light) e Sam Willetts (New Light for the Old Dark). Seamus Heaney, debilitado pela idade, leu alguns dos poemas de Human Chain com o seu sotaque carregado e uma forte tremura nas mãos ao virar as folhas. O vencedor é anunciado amanhã.
Adenda: O vencedor foi Derek Walcott. Não se conhecem ainda os números da abstenção, nem o discurso de vitória. Os restantes poetas reconheceram a derrota de modo cortês e em pentâmetros iâmbicos.
domingo, 23 de janeiro de 2011
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3 comentários:
O fato é que, provavelmente, você vai achar isso uma insanidade. Encontrei o seu blog associando Virginia Woolf e Tâmisa alguns meses atrás. Lia do outro lado do oceano as suas impressões. No entanto, hoje, li seu post do mesmo lado, do mesmo ângulo. Estando a dois dias de voltar para casa... parece que Londres tem outro sentido agora.
Não acho insanidade nenhuma, apenas uma feliz coincidência. Provavelmente até nos cruzámos pelas ruas de Londres. Espero que o regresso ao outro lado do oceano tenha sido suave. Até breve.
Estive no Tate Modern e no Shakespeare's Globe nesse domingo especificamente. Achei curioso você ter ido a Southbank Centre, que fica relativamente próximo. Sim, feliz coincidência.
O retorno foi suave e com dois dígitos de temperatura. =)
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