A L. chegou da escola com a notícia de que irá fazer de Maria na peça de Natal. A vida de actriz é difícil e, depois de nos dois anos anteriores ter feito de saco de moedas do Sr. Scrooge e de bailarina de caixa de música, pareceu-me bem, não fossem as questões teológicas que o anúncio provocou. Pai, o José é o pai do bebé? Pai, porque é que o anjo teve de dizer à Maria que ela estava grávida, o pai pôs a sementinha especial quando ela estava a dormir? Pai, quem é o pai do menino? Etc. Na impossibilidade de inscrevê-la num curso intensivo de catequese ou de reunir um concílio – e consciente de que algumas das interrogações provocaram no passado guerras religiosas, cisões, mortes na fogueira – tive de recorrer à estratégia mais eficaz: Vai perguntar à tua mãe. E de telefonar ao professor a sugerir um papel menos controverso para o próximo ano, como Petra von Kant ou a Menina Julia.
domingo, 9 de outubro de 2011
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3 comentários:
És um excelente exemplo para o nosso género!
Petra von Kant também levantaria questões pertinentes e, de facto, muito mais "fáceis" de explicar a uma criança de 5 anos. (quem sabe com outra de 2 a ouvir... )
Podiam aproveitar a vossa vinda ao burgo para os levar ao Dona Maria.
Isabel
os levarem
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