domingo, 22 de novembro de 2009

Os relatos de náufragos são, em geral, histórias de homens desesperados em lugares paradisíacos. Robinson Crusoe naufragou no arquipélago Juan Fernández, mas tinha uma vida solitária. Os amotinados do Bounty fizeram-se naufragar na ilha de Pitcairn, no Pacífico Sul, mas acabaram por se matar uns aos outros. Os passageiros do Sea Venture naufragaram na costa das Bermudas, em 1609, mas trocaram a ilha pelo continente logo que conseguiram construir outro navio. Nós não estamos desesperados, nem a nossa ilha é muito tropical. Com a aproximação da época, os parques têm feiras de Natal, com carrosséis luminosos, ringues de patinagem no gelo e barracas de comida a fumegar. Escurece muito cedo, mas isso permite-nos desfrutar durante mais horas das iluminações de Natal, que sobem pelos troncos das árvores como trepadeiras. Está frio e chove, mas não dentro dos museus. Enfim, vamos incendiando simbolicamente os restos do barco que nos trouxe, para nos esquecermos dos planos de regresso. Com bastante sucesso, este fim-de-semana.

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