segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Aproveitámos a manhã de sábado para explorar melhor o nosso bairro. John Stuart Mill, uma das minhas maiores referências intelectuais, viveu a cerca de quinhentos metros de nossa casa, na Kensington Square. Talvez não tenha sido o mais brilhante dos filósofos britânicos, mas tentou dar resposta a algumas das perguntas mais importantes sobre a vida em sociedade, numa síntese entre especulação filosófica e intervenção cívica. A casa não é das mais bonitas da área (nem sei se é a original), mas fica numa praça recolhida, com um jardim no meio. Stuart Mill acreditava no desenvolvimento pessoal livre e diversificado, na tolerância e na originalidade. Tenho a certeza de que teria sido um bom vizinho se, para além de uma coincidência no espaço, tivéssemos vivido na mesma época. Não me parece que fosse pessoa para chamar a polícia para nos obrigar a pôr a música mais baixo ou para nos receber mal se um dia lhe batêssemos à porta para pedir uma chávena de açúcar.

3 comentários:

Vìtor Matos disse...

O teu mapa de Londres: a 500m da casa de Mill; a 730m de um apartamento de Rawls; a 5km de uma pensão habitada por Marx; etc, etc

Tiago Araújo disse...

O Marx é que não devia ser um grande vizinho. Aquela coisa do «o que é teu é meu» não me soa muito bem. Ainda me colectivizava as cadeiras do jardim e a comida do frigorífico.

Ana disse...

Agora não tens desculpa para não visitar o Jeremy Bentham dentro da sua vitrine!