terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Num dia de tempo verdadeiramente londrino, refugiámo-nos no interior da Tate Modern. Em quatro ou cinco salas, concentram-se obras representativas do melhor que se fez na primeira metade do século XX. Depois, mais acima, avança-se para o período a que os críticos de arte dão o nome de «Isto até o meu filho de três anos fazia». Percorrer um museu como a Tate em duas ou três horas é como tentar ver um filme em fast forward: apanhamos o enredo geral, mas perdemos os pormenores mais interessantes dos diálogos e das expressões faciais dos actores. A única solução é fazer pausa nos quadros que nos captam mais a atenção e depois continuar a andar pelas salas sem remorsos. Hoje parei algum tempo em frente de Metamorfose de Narciso de Salvador Dalí, onde uma figura ajoelhada junto a um lago dorme ou esconde simplesmente o próprio rosto que se transforma. Narciso permaneceu imóvel em frente ao lago enquanto nós saímos para a chuva, atravessámos a Millenium Bridge e fomos engolidos por uma estação de metro.

1 comentário:

Joana disse...

Tens de ter cuidado para não seres apanhado: a foto denuncia o roubo descarado de uma das obras do movimento «Isto até o meu filho de três anos fazia».