terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Câmara de Londres montou um sistema público de bicicletas, muito prático e barato. A promoção foi feita pelo próprio Mayor de Londres, Boris Johnson, o segundo presidente de câmara com mais piada que já tive, depois de Santana Lopes. Encomendei a minha chave de acesso pela internet e, no sábado, quando chegou por correio, fui dar uma volta pelo bairro, acompanhado pela L., veloz ao meu lado pelo passeio na sua trotineta. Lembro-me perfeitamente de ter aprendido a pedalar na bicicleta emprestada do Pedro e incentivado pelos conselhos do Jorge, um vizinho alguns anos mais velho: «-Olha para a frente, não olhes para a roda.» Os londrinos, como quase todos os habitantes do norte da Europa, são grandes adeptos do uso da bicicleta. É frequente ver senhores com pose aristocrática e fato completo a caminho do trabalho montados numa ou mães com sistemas complexos para transportarem bebés. Criado no sul, confesso que estava habituado a encarar as bicicletas como uma primeira etapa rumo a algo maior, mais potente, com mais rodas, jantes de liga leve e estofos de cabedal. Agora, é possível que me vejam de vez em quando a pedalar em direcção ao pôr-do-sol, até desaparecer por entre as multidões que cruzam as ruas de Londres, em todas as direcções, de modo constante, aleatório, coordenado.

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